Ferroviários unidos<br>manifestam-se dia 12

O manifesto a apelar à participação na manifestação nacional da próxima quarta-feira, em Lisboa, é subscrito pela esmagadora maioria das organizações que representam trabalhadores do sector ferroviário.

O documento, divulgado segunda-feira pelo SNTSF/CGTP-IN, tem o apoio de outras 14 estruturas: as comissões de trabalhadores da CP, da Refer, da EMEF e da CP Carga, as associações sindicais das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (Ascef) e dos Profissionais de Comando e Controlo Ferroviário (Aprofer), os sindicatos dos Transportes Ferroviários (STF), Ferroviário da Revisão Comercial e Itinerante (SFRCI), Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), Nacional de Ferroviários e Afins (Sinfa), Nacional de Quadros Técnicos (SNAQ), Nacional Democrático da Ferrovia (Sindefer), Nacional dos Ferroviários Administrativos, Técnicos e de Serviços (Sinfese) e Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins (Sinafe).

No manifesto afirma-se que «as medidas contidas no Orçamento do Estado (corte nos salários, nos valores das deslocações, nas ajudas de custos e redução do pagamento do trabalho nocturno, assim como aumento de impostos) conduzirão à redução dramática dos rendimentos disponíveis dos trabalhadores, o que agravará a crise económica e social». Por outro lado, «o bloqueamento da contratação colectiva degrada as relações de trabalho, aumenta os conflitos e não possibilita soluções negociadas que valorizem o trabalho e motivem quem labora, comprometendo assim o que seria uma mais-valia para o desenvolvimento da actividade ferroviária»

Assinalando que «estamos perante uma ofensiva sem procedentes contra o serviço público ferroviário, contra os postos de trabalho, que mais não visa que a sua entrega ao sector privado sem quaisquer preocupação sociais», as organizações avisam que «o caminho que se quer seguir tem o seu modelo no Reino Unido, que degradou o serviço ferroviário naquele país, originou acidentes graves e obrigou mais tarde à intervenção do governo britânico na infraestrutura ferroviária».

O apelo a que os trabalhadores ferroviários participem, «em força, na manifestação nacional de 12 de Janeiro», acompanha os temas centrais da jornada: «Contra a diminuição dos salários, pela negociação colectiva; contra as privatizações, pela defesa do serviço público; contra o desinvestimento na ferrovia, por uma política ferroviária nacional; contra os despedimentos, pelo trabalho com direitos».

No dia 12, às 13.45 horas, há uma pré-concentração dos trabalhadores no Rossio, e o protesto será dirigido depois para a residência oficial do primeiro-ministro.



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